Sobre brilhos e graxas

Luan, Marcelo e Deivid resolveram fazer algo diferente, já que todos iam dormir na casa do Luan. Em alta madrugada, o celular do anfitrião despertou e eles abriram a porta pra verificar o corredor. Silêncio e escuridão. De meias deslizaram para a cozinha e assaltaram o armário, levando pro quarto uma caixa de bombons e uma garrafa de Coca Zero que sobrou da janta. 

Deivid
Vamo contar história de terror.

Luan
Lá ele...

Marcelo
Depois ceis num dorme. Eu tenho uma sobre o pododáctilo.

Os meninos ficaram interessados. Marcelo colocou a lanterna do celular no rosto e contou em tom sombrio:

Marcelo
Vou contar, mas cuidado pra não se assustar demais. O medo atrai mais medo. Vocês nunca ouviram falar dos pododáctilos? Pois então, tomem muito cuidado. O pododáctilo pode ter várias formas. Grande, pequeno, fino e grosso. Unhas grandes e amareladas. Se ele bate pode causar muitos gritos de dor. Alguns são cascudos e horrendos. Outros carregam parasitas e um cheiro bem desagradável, pela umidade. Algumas culturas obrigam as mulheres a amassá-los, tendo que suportar as dores dessa briga violenta.
E o pior... aqui mesmo tem (e subiu o volume de voz) váááriosss!!!

Luan
A para.  Chega disso. Dá um Lolo aí.

Deivid engoliu seu copo de Coca e disse que estava com sono, virou pro lado e se cobriu até a cabeça. Marcelo acabou de mastigar o Charge e ficou sorrindo, tirando caramelo grudado nos dentes, satisfeito por ter assustado os amigos

Marcelo
Boa noite! Durmam com os pododáctilos.

Logo depois de cair no sono, Deivid começou a sonhar que era perseguido por um ser gigante, de unhas grandes e amarelas, fedorento, cheio de baba e parasitas no casco. Acordou assustado, gritando por socorro.

Marcelo e Luan levantaram ofegantes.

Luan
Que foi?

Deivid
Sonhei que tava fugindo de um pododáctilo.

Marcelo caiu na gargalhada que não conseguia mais parar.

Marcelo
Como? Você já viu um?

Deivid
Não.

Luan
Nem eu.

Marcelo
Pega o celular. Coloca no Google imagens. Cuidado pra não assustar! Bem que meu pai disse. A gente pode criar ou acreditar em monstros horríveis sobre o que a gente desconhece.

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