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Para dias de baixa imunidade

No último dia de Carnaval veio aquele pensamento de copo meio vazio, o impostor que não acredita na felicidade, me dizendo assim: se divertiu todos esses dias, e agora? O que está por vir? 


Obviamente que a resposta esperada pra essa pergunta retórica era algum tipo de premonição pessimista. 
 

A quarta feira de cinzas foi ainda mais divertida. Deveria me preocupar? 
 

Quinta feira de madrugada veio aí, acordei com diarreia.  Depois uma tossinha ao longo do dia. Sexta, mais tosse. 
Sábado… dor no corpo. Domingo… o alívio de sentir o lençol, a cama receptiva, o travesseiro geladinho e a vontade de não levantar nunca mais enquanto a tosse e a dor nas costas não cessassem.

 

Minha imunidade caiu, e com ela meu ânimo pro ano incrível que estava por vir. 
 

Tantos planos, metas, treinos, objetivos, um passo por dia em direção ao sonho... fóin fóin fóin fóin. 
 

Incrível como a imunidade baixa tem o poder de colocar a gente deitado numa cama, no sofá,  cabeça pendida à mesa do almoço,  gemidos de dor no banho e além de tudo isso - como se já não bastasse - a gente tem uma queda na auto estima. A cara fica amassada, olhos fundos, marcas amareladas e esverdeadas, a pura cara da destruição. Isso tudo tira a esperança da gente. 
 

É como se o bom princípio de ano terminasse aqui, os treinos perdessem os avanços, os sonhos ficassem turvos, as metas e objetivos longe demais de serem possíveis. O cotidiano perde a graça e as pequenas piadas a gente nem quer fazer esforço pra sorrir. Tudo para..
 

Prova de fé abalada! Se o corpo sucumbe à imunidade baixa, o espírito perde muito mais com a fé abalada.
A esperança, ela é filha da fé e essa aí..  A fé... ela é humana ou divina. E a fé humana é assim: você deseja muito, você crê e você age. Tá… às vezes a ação é aguardar e ver onde o barco vai encostar. 

 

Então, vê se chega de lastimar e gemer pelos cantos, pega uma garrafa da água e aproveita o corpo em stand by pra entender esse momento, descansa ele, prepara pra quando estiver zero bala ele saber a rota que vai continuar. 
Coloca ele no prumo, direcionado, que a correnteza da vida vai levando, inda que devagarinho.

 

(Sugestão de música: “Paciência”, de Lenine.)                                                    

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